Nanã | Ìyágbàyìn – A mãe mais velha
Nanã é uma divindade muito antiga, cujo culto está frequentemente ligado ao culto de Omolu. Sua antiguidade dificulta por exemplo a determinar o local de origem de seu culto.
- Alguns pesquisadores definem que ela teria partido de Ile Ifé, chegando à região de Adelê, no antigo Togo Britânico, durantes as migrações muito antigas dos Ifé para o Oeste. Outros acreditam que essa migração de culto foi no sentido contrário.
- Segundo Pierre Verger a área que abrande seu culto é muito vasta e parece se estender de leste além do Níger, pelo menos até a região tapá, a oeste, além do Volta.
- Verger afirma também que o culto de Nanã confunde-se no leste com o de Xapanã/Omolu/Obaluaiye e deste culto se afasta completamente a oeste, onde se pronuncia Nàná Brukung ou simplesmente Brukung.
- Em diversas regiões como Oyó, Abeokutá, Kutá, Ketu, Saketê, Porto-Novo, o lugar de procedência de seu culto seria em Sabê. No entanto acredita-se que essa região seria responsável pela a disseminação do mesmo.
- Em Ọṣogbo: Buuku é Ṣọpọnna;
- Em Ketou: Nanã Buruku fica no mesmo templo que Osumare e é considerada a mãe de Ṣọpọnna;
- Em Savé existem: Nẹnẹ Ajapa, Nẹnẹ Ogbaya e Nẹnẹ Ajaosi;
- É preciso ressaltar que Nàná é um termo de deferência empregado na região de Ashanti para as pessoas idosas e respeitáveis. E esse termo significa “mão” para os fon, os ewe e os guang da atual Gana.
- No Candomblé se tem a mesma visão do que em Ketou, onde Nanã é mãe de Omolu/Obaluaiye. É considerada a mais antiga divindade das águas.
- Além de tudo isso no candomblé se implantou uma visão equivocada, pois não há embasamento na matriz africana de homens não participar do culto.
- Outra coisa importante ressaltar no Candomblé é a ausência de metais em seu culto, onde é justificado pela sua antiguidade, pré era dos metais, assim como também através de itans sobre Nanã e Ogun.
- Seu elemento é a lama e o lodo dos pântanos, que lembram as águas primordiais, de onde são criados os homens.
- Acredita-se quando a pessoa morre, volta para a terra úmida, o ventre de Nanã.
- Seu ventre é a própria terra, daí sua associação com a lama e com a morte.
- Seu símbolo é o Ibiri, feito de nervuras do dendezeiro envolto com búzios.
- Suas folhas são a cana-do-brejo, jarrinha, taioba, capeba, golfo de flor roxa;
- Suas contas são branco rajada de azul com detalhes vermelhos. O vermelho também é simbolizado pela presença do Ossun em seu culto.
- Também se vê essa visão de Nanã na Santeria Cubana.