Oxalá | Òrìṣànlá o Grande Orixá

Òrìṣànlá ou Ọbàtálá ocupa uma posição única e importante no panteão das divindades yorubás.

É o senhor da criação dos seres humanos e o principal Orixá funfun, para quem todos se curvam em sinal de profundo respeito pela sua importância na hierarquia das divindades do Candomblé Nagô-Yorubá.

• Òrìṣànlá foi a divindade encarregada por Olodumaré de criar o mundo com o poder de sugerir (àbà) e o de realizar (àṣẹ), passando assim a ser saudado com o título de Aláàbáláàṣẹ.
• Ọbàtálá teria sido o rei dos Igbôs, uma população instalado perto do lugar que se tornou mais tarde a cidade de Ifé.
  • Esse conhecimento está implícito no saber oral do povo de axé, onde Obatalá passou ser cultuado também pela qualidade ObáIgbô e também através de cânticos há a menção dele como Orixá Igbô, Obá Igbô ou Baba Igbô.
• Durante o reinado Ọbà-Igbó foi vencido por Odùduà que encabeçava um exército, fazendo-se acompanhar de dezesseis grandes personagens cujos nomes variam de autor para autor.
  • Esses dezesseis personagens são conhecidos como àwọn agbàgbà, os antigos.
  • Esses acontecimentos históricos corresponderiam à parte do mito onde Orixalá foi enviado para criar o mundo, onde na verdade ele se tornou o rei dos Igbôs e foi no mito que Oduduá tornou-se o rei do mundo, por ter roubado de Orixalá o “saco da criação”, onde na verdade ele destronou Òrìṣànlá-Ọbà-Igbó, usurpando-lhe o reino.
• Alguns autores afirma que Odùduà teria vindo do leste, no momento das correntes migratórias causadas por uma invasão berbere no Egito.
  • Esse fato provocou deslocamentos de populações inteiras, expulsando-se progressivamente, umas às outras, em direção ao oeste, para terminar em Borgu, também chamada região dos baribás.
  • Segundo uns, Odùduà teria vindo de um longínqua região do Egito ou mesmo de Meca e, segundo outros, de um lugar perto de Ifé, chamado Oké-Ọra, onde os invasores teriam habitado durante várias gerações.
• Não foi sem resistência que Òrìṣànlá-Ọbà-Igbó perdeu seu trono. Ele reagiu com energia e chegou a expulsar Odùduà de seu palácio, onde já se encontrava instalado.
  • Foi ajudado por Orẹ̀lúéré e Ọbawinni, mas foi uma vitória de curta duração, pois, Òrìṣànlá-Ọbà-Igbó foi expulso por Ọbamẹri, partidário de Odùduà e assim Òrìṣànlá-Ọbà-Igbó refugiou-se em Ideta-Oko.
  • Ọbamẹri instalou-se na estrada que ligava esse lugar a Ifé para impedir, durante muito tempo a volta de Òrìṣànlá a esse lugar.
  • Òrìṣànlá perdeu seu poder político, mas conservou funções religiosas e voltou mais tarde para instalar-se em seu templo em Idetá-Ilê.
  • A coroa de Òrìṣànlá-Ọbà-Igbó, tomada por Odùduà, teria sido conservada até hoje no palácio do Ọ́ọ̀ni, rei de Ifá e descendente de Odùduà.
  • Essa coroa chamada aré, é elemento essencial na cerimônia de entronização de um novo Ọ́ọ̀ni.
  • Os sacerdotes de Òrìṣànlá são eles próprios que colocam a coroa na cabeça do novo soberano de Ifé.
• No culto de Òrìṣànlá-Ọbàtálá estão inseridos todos os Òrìṣà-funfun, os Orixás brancos, que são aqueles que utilizam ẹfun para enfeitar o corpo.
• Ọbàtálá é o maior de todos dos Orixás e segundo Pierre Verger entrevistando sacerdotes do templo de Ọbàtálá, ele é pai de Òrìṣà-Ọlufọn e Ọlufọn é pai de Òrìṣà Ògiyan. Mas isso devemos tomar como ponto de partida a visão dos sacerdotes de Obatalá, pois a cidade e a importância do culto do Orixá define desta forma a relevância e importância daquele Orixá na comunidade.
• Oxalá é representado por tudo que é branco, puro e límpido. É o Orixá da pureza, da limpeza, do caráter.
• Suas Contas são brancos, suas roupas são sempre brancas e seus adeptos devem fazer o uso sempre do branco.
• Seu símbolo é o Opaxorô e suas indumentárias são sempre feitas com elementos e metais brancos como o marfim, chumbo, prata, estanho.