Fui escolhido para ser suspenso Ogã ou Ekedi do Orixá
No universo do candomblé, um momento significativo para qualquer praticante é quando surge o convite para assumir um papel de destaque, seja como ogã ou ekede, junto ao Orixá. Mas, como reagir quando esse convite chega de maneira inesperada durante uma celebração ou ritual? A decisão de aceitar ou recusar esse convite é complexa e carrega consigo uma série de considerações e responsabilidades.
Primeiramente, é crucial entender que, no candomblé, tais convites geralmente ocorrem de forma surpresa, em meio a festividades e cerimônias dedicadas aos Orixás. Essa prática, embora não seja uma regra absoluta, destina-se a honrar e reconhecer o comprometimento do indivíduo com a comunidade e com o axé, a energia vital que permeia a prática religiosa.
Ao ser confrontado com tal questionamento, o praticante deve ponderar seriamente sobre sua disposição e capacidade de assumir tais compromissos. Aceitar ser um ogã ou ekede significa não apenas servir ao Orixá que o convocou, mas também envolver-se ativamente com a comunidade religiosa, participando de seus rituais e atividades, e contribuindo para o seu bem-estar e continuidade.
Contudo, é importante frisar que a recusa é uma opção válida. Ninguém deve sentir-se compelido a aceitar tal papel sem estar plenamente preparado ou disposto. Uma negativa, quando expressa de maneira respeitosa, deve ser aceita pela comunidade sem ressentimentos. Afinal, o compromisso com o candomblé deve ser baseado na vontade e no coração, e não em obrigações impostas.
A escolha de aceitar ou não o convite para se tornar ogã ou ekede é uma decisão profundamente pessoal, que deve ser tomada com consideração e respeito pelo Orixá e pela comunidade. É um caminho que, uma vez iniciado, demanda dedicação, aprendizado contínuo e uma conexão espiritual profunda com as tradições do candomblé.
Portanto, ao ser questionado sobre assumir tal cargo, o praticante deve refletir sobre seu próprio compromisso com a religião, sua capacidade de contribuir para a comunidade e, acima de tudo, seu desejo de servir aos Orixás de maneira significativa e respeitosa.